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Fora da ficção. Edna Domenica Merola.

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Meu nome não é Girão.  Não sou pessoa indicada a dar respostas... Nem sou mais de correr. Mas tenho ido pra Pasárgada sempre que quero rever a "estrela da vida inteira"... Às vezes olho pra quem está  "preparando outra pessoa" e o tempo para pra olhar aquela barriga... E lembro da jovem guarda nas tardes de domingo... Fico bem. Mas depois lembro do Musk e " da mosca que pousou na minha sopa"... E da " gente humilde que não tem onde morar". Então "estou de malas prontas" pra Shangrilá. Mas no dia seguinte, no Planalto, vem o golpe baixo: verdadeira vergonha alheia. Só resta repetir:  Vergonha alheia My name não é Girão.  My name é "Maria,  Maria semente de samba e de amor" .  " Eu não sou cachorro não"  Mas se fosse teria pudor  De ser vira-lata, sem sabor. Fora da ficção não há salvação. Livros, vers.0 My name é Maria Sou embaixatriz, Do povão, sabe, Girão?  Não estudei inglês,  Mas sei ( dessa vez) Que está por um t

História de Maria. Edna Domenica Merola.

  MEROLA, Edna Domenica. A Volta do Contador de Histórias. Nova Letra: 2011, pp 97-108.              Qual será a verdadeira história de Maria? Onde começa? Onde termina? Não a história que vou contar, refiro-me a Maria... Maria em essência. Pretensão? Então, vejamos Maria em aparência ou parecença. Isto implica em saber para quem Maria aparenta ser ou se apresenta para quem conta. Então quem conta é alguém que viu Maria com os olhos de criança. Maria tinha três filhos e zero marido. Maria era analfabeta. Na boca só se viam dois dentes. Maria era falante.           Se pensarmos a vida de Maria como uma expressão matemática, o resultado é um ou uma... Uma boca que fala.           As outras patroas a chamavam de dona Maria Gorda. Lá em nossa casa era dona Maria da Limpeza (ai de quem abrisse a boca por conta de outras denominações).           Dona Maria varria, esfregava a palha de aço com escovão de cabo de ferro, passava removedor, passava cera e enceradeira, no piso de madeira.

Raul Seixas e a "Sociedade Alternativa"

Em 2023, passado meio século do início do movimento  Sociedade alternativa , pensar uma vida social diferente da que é posta no ideário dos brasileiros que aderiram à extrema direita (machista, racista, militarista e, por que não dizer, fascista) é um tema atual que justifica a pesquisa informal aqui registrada. Foi a partir de agosto de 1973 que Raul Seixas se dedicou aos estudos que fundamentaram a idealização da sociedade alternativa. Passou a distribuir, em seus shows, um manifesto chamado “A Fundação de Krig-ha”. Segundo Boscato, Raul Seixas contesta a "sociedade oficial, dentro dos movimentos de rebelião juvenil que ficaram conhecidos pelo nome de contracultura.” Segundo Gonçalo Júnior, "Esse pensamento construiu, através da música, da literatura e de diversas iniciativas de contestação política e social, uma oposição à cultura estabelecida, então vista como eminentemente machista, racista e defensora do militarismo e dos privilégios de classe. O roqueiro baiano, no mei