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Mostrando postagens de agosto, 2021

Até hoje... Rosilene Souza

Até hoje não sei o que realmente aconteceu. Só sei que aconteceu. Tudo começou quando fui visitar um apartamento para alugar. Sim, que apartamento! Estremeço só de pensar... Essa fatídica lembrança nunca saiu das minhas memórias olfativas. Me senti atraída pelo apartamento desde o momento que o vi. Era exatamente o que procurava: aconchegante, antigo, espaçoso, luminoso,... enfim, um sonho. Encantada decidi alugá-lo. Mas, antes daria mais uma olhadinha naquela maravilha, pois algo tinha despertado a minha atenção, não sabia bem o quê. E assim, o fiz. Dispensei o corretor, pois dessa vez não queria a presença de ninguém desviando a minha atenção. E muito menos a dele. Sujeito estranho, com aquele sorriso branco. Falava sem parar e contava histórias estranhas dos antigos proprietários do imóvel. Era como se ele, não quisesse alugá-lo e guardasse algo de misterioso ali. Assim, ao abrir a porta do imóvel, senti um leve perfume inebriante e nauseabundo. Pensei: a última pessoa que vis

Muros que constroem muros. Karoline Paula Coletti Gomes

  Como boa questionadora da gravidade estava eu, numa tarde qualquer, sentada no portãozinho verde da minha casa, quando me deparei com uma cena comum, mas à qual pouco dava atenção: duas pombas pousavam num encontro sobre o muro cuja principal função é separar casas e vizinhos... Já que as notícias diárias nos impulsionam a fazer isso.   – Ah que engraçado! – pensei. As pombas fizeram essa imagem, utilizando o muro como causa de união ao invés de separação.   –  Bah , como queria eu, destruir os  muros  que constroem muros nas nossas comunidades.

Poemas de Clara Amélia de Oliveira

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Carta para Simone. Marlene Xavier Nobre

  Florianópolis, 25 de abril de 2016. Bom dia, Simone,              Estou desde ontem à noite lendo, aqui no Google , sobre o mito de Lilith. É muito profundo!           Mas sabe o que acho? Que ainda hoje a mulher paga um preço por cometer este tal pecado. A mulher parece que é culpada sempre por tudo, que não pode nada e o homem pode tudo.           Quando uma mulher trai o marido e sai de um casamento é tachada de tudo, até de prostituta como se fosse suja. Mas o homem pode tudo, faz de tudo. O ditado diz: sacode as calças e vai embora .           No trabalho a mulher pode ter mil diplomas conhecimentos mil, mas não adianta! O homem é quem manda e comanda. Ainda bem que tem as intuitivas, as sacerdotisas e muitas “Simones” espalhadas por aí.           Temos que reverter e rever muitos conceitos ainda. Embora muita coisa já tenha mudado nas nossas vidas, precisamos ainda ter muitas lutas de conscientização. Precisamos ser respeitadas e ter direitos. Reivindicar não é um pre