Emancipação ou ilusão? Maria Bernadete Viana da Silva

Sexo frágil não foge a luta. Não me provoque porque as mulheres unidas jamais serão vencidas.

Essas palavras correspondem à verdade?

Sim e não.

Muitas batalhas foram vencidas, mesmo porque as mulheres sempre foram importantes na evolução cultural da humanidade. Plantavam, teciam, pariam, garantindo o aumento demográfico, portanto a força de mais braços para as caçadas e proteção do grupo era obra das mulheres.

E assim foi caminhando a humanidade.

No arranjo das civilizações, os homens usaram a força física e a natural liberdade de não serem os procriadores e cuidadores da prole, colocando assim as mulheres em segundo plano. Religiões foram criadas para controlar o povo e dar poder aos mandantes (que eram considerados deuses).

Na idade média, as jovens na sua noite de núpcias tinham que ser desvirginadas pelo senhores feudais, donos das terras.

Quando os homens se organizaram em reinos ou cidades, a guerra para garantir a posse da terra e dos meios de produção não deu condições para as mulheres se emanciparem.

E assim os tempos históricos foram de contínuas disputas entre os homens...

Quando a máquina chegou, as mulheres foram recrutadas para produzir, ganhando mísero salários, mas que já deram a elas vislumbre de ter alguma independência. A luta começou e as mulheres ganharam algumas posições na sociedade, mas até hoje muitos homens permanecem agarrados ao mito de sua superioridade e não respeitam o direito das mulheres mandarem no seu próprio corpo e agirem de acordo com seus desejos.

Modernamente, a cidade grande abriu novos horizontes para as mulheres porque nelas o patriarcado das pequenas cidades e zonas rurais se dilui mais possibilitando oportunidades de trabalho para o sexo feminino. A emancipação financeira passou a  possibilitar  liberdade, pois quando a mulher assume seu próprio sustento ela pode ser dona de seu nariz, vale dizer que terá maior amplitude de ação.

As mulheres que não trabalham fora do lar não são recompensadas por cuidar e gerenciar uma casa. Mas o grande paradoxo é que para ter alguma emancipação a mulher acumula funções de dona de casa, cuidadora dos filhos e trabalha fora. Será isso liberdade?

O casamento ainda é uma necessidade de realização da mulher?

Sabemos que sim. Ricas, pobres, moças e mulheres de meia idade querem “ter um homem para chamar de seu”.

Talvez ainda as instituições criadas pelos homens exerçam tal domínio sobre a sociedade, que as mulheres são criadas para procurar a sua metade como se fossem seres incompletos.

Ainda a Terra (que não é plana) dará muitas voltas ao redor do Sol, para a humanidade acabar com preconceitos e o chamado sexo frágil assumirá o seu papel de ser completo dono de suas vontades e poderá ser até “mal acompanhada”, se quiser, desde que não seja subjugada ao dito sexo forte.

Que as leis que garantem as conquistas da mulher sejam respeitadas! A luta continua.

 

 

 

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