Palavra de Julinha da Adelaide Soledad

  Vida de escritora, no Brasil, não é fácil. F iquei "abismada" ao saber que mais uma biblioteca foi fechada e que ninguém reclamou. Justamente a biblioteca onde foi o lançamento do meu título " As Marias de San Gennaro" publicada na coleção  Palavra de Mulher,  pela Editora Insular.   Por consolo, relembro: https://www.cultura.sc.gov.br/noticias/1416-noticias-cinema-cic/22194-biblioteca-de-arte-e-cultura-do-cic-sedia-lancamento-do-livro-as-marias-de-san-gennaro Em seguida, tive outro motivo de desconsolo. Em telefonema para me desejar feliz aniversário, uma pessoa me disse que soube pela "Internet" que publiquei um livro. Pergunta se ele não vai chegar na cidade onde mora. Tento explicar como são as coisas para uma autora “independente” e pelas respostas evasivas concluo que ela não acredita no que digo. Então, acrescento que, por conhecer sua linha de pensamento sócio-político, sei que o conteúdo não vai agradar e que não vou enviar para seu endereço com...

F az dez meses que começou a pintura no condomínio. Serviço mal feito, muitas reclamações. Faxineiros bons, regulares e excelentes largaram a função devido a problemas nesse fatídico percurso.  A situação criada obrigou pessoas idosas a suspenderem seus tratamentos com fisioterapeutas e afins porque esses tratamentos demandavam o uso de áreas comuns.  Nesses longos e abissais meses, houve uma quinzena de suplício especial .  A privacidade dos condôminos foi invadida, por meio da pintura das sacadas dos apartamentos, usando ninjas. Ao invés de cabos de aço, os trabalhadores desciam do topo do prédio equilibrando-se em cordas comuns: dessas que usávamos para brincar na infância. Obviamente foram escolhidos pela capacidade de enfrentar o risco e não pela habilidade de pintar parede. Não usavam fita crepe para limitar contornos. Era um trabalho no atacado, já que seria avaliado por fotos tiradas à distância. Varejo nem pensar! Esses detalhes, segundo a síndica , foram conside...