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Mostrando postagens de junho, 2021

O crush da Professora “Z” Maria. Edna Domenica Merola.

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Tendo por chave o  Teatro do Absurdo,  relembro  A Cantora Careca,  de Ionesco, e pretendo compartilhar minhas reflexões sobre um segmento de falas dos personagens Capitão e Senhor Martin. Para representar a quase extinta ala utópica das reflexões, convoco a Professora “Z” Maria. Ela é da minha turma de amigas nascidas entre o final da década de 1940 e início de 1950, batizadas de Maria como segundo nome, professoras devotas de San Gennaro (um napolitano que morreu de emboscada!). Chamo ainda a Sra. Dá Ares, só para dar um tom de malfadada verossimilhança à representação. O segmento de falas alvo (uma do Capitão e outra do Sr. Martin), conforme escrito por Ionesco, consta a seguir: CAPITÃO: Falo de minha própria  experiência . A verdade, nada mais que a verdade. Nenhuma ficção. SR. MARTIN: Isso mesmo. A  verdade  nunca é encontrada em livros, somente na vida. Invento o que prossegue: DÁ ARES: Há livros e livros. Na Bíblia, só há verdades. No entanto, nos livros escolares, princ

" Rei, CAPITÃO, soldado, ladrão!". Edna Domenica Merola

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Perdoa-me, leitor, pela escrita tardia...  Nos discursos de tom autoritário (que as crianças bem conhecem) frases em sequência podem valer como condicionais: " Terminada a lição, TV permitida". Depois de tudo (quando era tarde demais), ele veio e disse: - Pátria unida, pátria vacinada! - Que feio, cara! Senti um tom de ameaça! - pensei eu (como alguém que não podia mais se ajoelhar aos pés de nenhuma imagem). Isso valeu dizer "se houver união ou política hegemônica, El Rei dará as vacinas!". Eu, personagem infantil ( uma menina! - observe!) que descobre que o rei está nu, digo: - Se todos estivéssemos vacinados poderíamos nos unir no abraço, no diálogo, na reivindicação dos direitos, na mesa em comunhão. Mas sei que você vai dar de ombros, seu moleque malcriado, e vai dizer " que não se chama Tereza" e que não é coveiro... Ouvi dizer que... (Deixa pra lá, vou brincar enquanto não tem tiroteio): -" Rei, CAPITÃO, soldado, ladrão!"

Emancipação ou ilusão? Maria Bernadete Viana da Silva

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Sexo frágil não foge a luta. Não me provoque porque as mulheres unidas jamais serão vencidas. Essas palavras correspondem à verdade? Sim e não. Muitas batalhas foram vencidas, mesmo porque as mulheres sempre foram importantes na evolução cultural da humanidade. Plantavam, teciam, pariam, garantindo o aumento demográfico, portanto a força de mais braços para as caçadas e proteção do grupo era obra das mulheres. E assim foi caminhando a humanidade. No arranjo das civilizações, os homens usaram a força física e a natural liberdade de não serem os procriadores e cuidadores da prole, colocando assim as mulheres em segundo plano. Religiões foram criadas para controlar o povo e dar poder aos mandantes (que eram considerados deuses). Na idade média, as jovens na sua noite de núpcias tinham que ser desvirginadas pelo senhores feudais, donos das terras. Quando os homens se organizaram em reinos ou cidades, a guerra para garantir a posse da terra e dos meios de produção não deu cond

Thelma e Louise. Clara Amélia de Oliveira

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T helma e Louise é um título de filme que me fez recordar a história de duas senhoras: Abigail e H elvécia, vizinhas e amigas. Na década de 1960, Abigail, que era minha mãe, e também professora, e decidida, resolveu aprender a dirigir e comprou uma camionete da Volkswagen, marca Brasília. Na época, poucas mulheres tinham esta independência. Nós, seus dois filhos, éramos frequentemente requisitados para sair com a chofer iniciante, tarefa que não gostávamos nem um pouquinho. F altava-nos confiança nela. Mas para sua vizinha, e amiga, Helvécia, dona de casa e que tinha a vida em torno de suas tarefas domésticas, era tudo muito diferente. Helvécia  encontrava em sua amiga Abigail, a oportunidade de passear, ir ao cinema, se divertir com a amiga pois seu marido tinha plena confiança nas duas. E, certa ocasião, Abigail convidou Helvécia para irem até sua cidade natal, Rio Grande, que fica 365 km distante de Porto Alegre, onde elas residiam. E lá se foram as duas, estrada a fora. Ao volt

... Caminhar e... Edna Domenica Merola.

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    MEROLA, E. D. Caminhar e... In Coletânea Cotidiano Introspectivo. Apparere, 2020,  p 52- 57. Tendo em mãos um exemplar de um lindo livro, arrumo um pouco a mesa de trabalho (cujo caos é fundamental!). Encontro um guardanapo de papel no qual rabisquei algo: Palavra: silêncio, lapso, repetição. Freira Carmelita: Nada posso dizer! Eco: Nada posso dizer! Nada posso dizer! Nada posso dizer! Lapso: Na... rr...ar. O rabisco faz saber que um pedaço de mim tinha virado papel, sucata, algo que podia ser diluído n´água. Lembrei-me das pílulas de papel que as freiras da Igreja paulistana de frei Galvão disponibilizam para as devotas que querem engravidar ou para aqueles que necessitam de outros milagres. Graças a essa devoção (pelo que me parece) tal frei foi canonizado. Visualizei-me comendo este pequeno papel encontrado em minha mesa como G.H. teria comido ou não a tal barata (LISPECTOR, 1964) ... Lembrei-me da dificuldade que tive numa sessão de Psicodança de trabalhar com a ingestão de a